segunda-feira, 5 de junho de 2017

A gloriosa rasteira da Cozinha

No 3º dia depois da minha chegada na minha casa sofri um acidente doméstico que me impossibilitou de andar por 3 dias, passei 15 dias andando com dificuldade, e dia após dia eu ía melhorando. Hoje (2 meses depois), estou muito bem, andando perfeitamente e glorificando ao Senhor por tudo que Ele tem feito e me ensinado.
A Bíblia diz que há propósios para tudo (Ec3.1) e eu sempre cri nessa verdade. Ela tem me fortalecido e sustentado em várias provações na minha caminhada cristã, e nesta, não foi diferente. 

Eu tinha muitos planos para executar aqui (na minha Jerusalém), projetos missionários, o desejo de falar do amor de Deus e da Sua Palavra libertadora. Já tinha planejado tudo. Nos 2 primeiros dias me envolvi em organizar "meu cantinho" e à limpeza da casa, aqui tem um fluxo muito grande de pessoas (casa de avó ne!) e pouca gente pra ajudar na limpeza e organização da casa. Decidi fazer faxinas nos cômodos na casa. Chegou a vez da cozinha, já tinha feito a faxina completa da cozinha, estava nos ultimos detalhes, mas, como costumo dizer "99 não é 100!", então sofri um acidente nos últimos minutos de faxina.

Deus foi tão gracioso comigo que eu passarei muito tempo agradecendo ao Pai Celeste por esse acidente, por meio dele o Senhor me fez voltar à simplicidade do amor de Cristo. Algo que, aos olhos humanos, foi uma tragédia, para mim foi um maravilhosa demonstração do amor de Deus na minha vida. Eu caí de 3 degraus, descendo violentamente degrau à degrau de bacia e costas. Não conseguia levantar e alí eu tinha uma severa certeza de tinha quebrado algum osso naquela região. Chorava de dor, não andava, não conseguia me movimentar, até no respirar a dor me corroía. Por não conseguir me mexer tive de ser banhada alí mesmo na cozinha pela minha mãe, ela e minha irmã me vestiram e fomos ao hospital. Passei uns 5 minutos para encontrar uma posição menos dolorosa dentro do carro, ao chegar no hospital da cidade, fui recebida de cadeiras de rodas (até aí nenhum problema). Não havia médicos na minha cidade então fomos para uma cidade vizinha, cerca de 30 min de viagem, ao hospital estadual regional que atendia toda a região.

Durante a viagem me vieram muitos pensamentos. A dor era tão grande que, para mim, o laudo só confirmaria que estava com algum osso quebrado e não conseguiria mais andar. Me veio um breve receio "e se eu não andar mais?", "e agora como vai ser minha ida para o Radial LA?", comecei a clamar a Deus pela sua infinita misericórdia. 
Pela presença do Espirito Santo de Deus no meu coração, a assolação foi tomada por uma convicção consoladora "andando ou não andando eu continuarei servindo a Deus", "Se eu não conseguir andar ou algo me impedir de ir ao projeto, eu sei que nada foge do controle de Deus e Ele é o dono da minha vida. Sei que Ele realizará a sua vontade na minha vida". 

No laudo, não haviam fraturas ósseas, mas a dor era insuportável. Mesmo sem fraturas ósseas não conseguia andar, os músculos estavão muito inflamados. Logo me perguntei "Senhor porque essa queda? Qual o objetivo de tudo isso, de toda essa dor?". Entendi como resposta do Senhor, que a queda me freou, me fez parar para ouvir, observar mais, estar presente, fazer mais companhia para minha mãe, pois não podía sair de casa. Não pude começar os projetos evangelísticos na minha família, nem mesmo ir à igreja. Entendi que eu fazia planos, mas a resposta e o tempo certo vinham de Deus (Pr16.1), entendi que era tempo de estar calada, observando (Ec3.7b), entendi que era tempo de ouvir e falar somente palavras de edificação e quando necessário (Ef4.32).
 
Aprendi que antes de chegar falando da verdade da Vida Eterna em Cristo, é sábio chegar de ouvidos dispostos a escutar, é sábio ter olhos observadores sem juízo crítico e hipócrita. Aprendi que é sábio testemunhar o evangelho de Cristo pelas atitudes, pela mudança real e interior, afim de que as pessoas possam ver a mudança verdadeira e ver a luz de Cristo através de nós. Quando a pregação verbalizada acontecer, haverá mais respaudo e respeito, pois estará sendo pregado o Verdadeiro Evangelho de Cristo, o Evanelho com testemunho vivo.

Esse aprendizado me ensinou sobrenaturalmente a valorizar momentos que Deus me presenteou: ser banhada pela minha mãe, deixou de ser uma humilhação e passou a ser momentos especiais, pois não acontece com frequência; estar com minha mãe fazendo crochê conversando sobre política, família, religião e Jesus Cristo; observar o sorriso tímido dela. Nesse momentos falando de assuntos complexos e confrontadores para ela (verdades bíblicas que confrontam a cultura que ela cresceu). Saborei estar ouvindo mais da vida de outras pessoas enquanto esperávamos o médico. Senti a alegria dos pacientes que ficaram felizes com meu laudo sem complicações, pessoas que provavelmente nunca mais verei, mas que se alegraram comigo.

O Senhor me ensinou que perdemos muito tempo reclamando e murmurando das mazelas da vida enquanto a glória dEle é demostrada ao nosso redor. A nossa boca jorra mais palavras malditas que benditas. O Senhor me ensinou a focar no alto, em coisas que não são tomadas pelas traças e ferrugens.
 
Voltei a agradecer pelas coisas mais simples: por estar respirando, pelo dom da vida, por continuar andando, por diversas bençãos. Agradeci pela gratidão que Deus me deu! A Bíblia diz que devemos louvar e bendizer o nome de Deus (Sl100:4) e estarmos alegres e dar graças em tudo (1Ts5:18-19, Fl 4:4). A gratidão a Deus traz a paz que excede todo entendimento e guarda o nosso coração e pensamentos em Cristo Jesus (Fl 4:7).

Eu quero, publicamente, deixar minha gratidão eterna ao Senhor por tudo que Ele tem me ensinado, pois Ele começou a obra vai aperfeiçoando dia a dia até o dia de Cristo Jesus (Fl 1:6).

Alexsandra Sousóliver

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